Dia desses um colega jornalista desabafou nas redes sociais: “Só eu que detesto gente invasiva?! Recentemente encontrei uma amiga que só faltou perguntar a data de vencimento das minhas contas!”. Certamente esse problema não é só dele. Vai dizer que você nunca se sentiu pressionado por pessoas invasivas? Se for o seu caso, vem que eu lhe ajudo na questão.
Convenhamos, o mundo está mais egoísta e as pessoas andam tão autocentradas que já não enxergam mais o outro, seu espaço e limites.
As relações estão informais, fato, até demais. Cadê aquela delicadeza em se aproximar do outro, respeitando o tempo de cada um?
Veja como lidar com pessoas assim e se policiar para também não ser alguém invasivo.
Quando você limita mostra que respeita a si mesmo e exige isso do outro. Por exemplo, se a pessoa disparar a falar, sem sequer perguntar antes se você pode falar, seja como uma faca Tramontina e tenha um corte rápido. Interrompa o falatório dizendo que não pode falar naquele momento e combine outro horário.
Um dos grandes problemas das pessoas invasivas é que elas não entendem ( ou fingem não entender) que estão ultrapassando aquela barreira saudável entre você e o outro. Por exemplo, se você sempre recusa os insistentes convites de uma amiga para sair, seja específica: “Fulana, eu sou uma pessoa muito caseira que não gosto desse tipo de programa. Quando você quiser me convidar para um filme em casa, conte comigo. Além disso, estou fora”.
Nós somos responsáveis por aquilo que permitimos que seja feito conosco. Portanto, respeite-se. Ao sentir-se invadida por um parente, sogra ou cunhada não espere que a outra pessoa vá notar, nem peça ao cônjuge para dar limites na vida que lhe dizem respeito.
Para entender de onde vem esse imã que atrai pessoas abusivas na sua vida, é preciso olhar para dentro. Às vezes nosso medo em estabelecer limites tem a ver com o medo de ser rejeitado. Talvez você tenha sofrido algum tipo de abandono físico (separação, ausência ou morte) ou emocional (falta de afeto, carinho ou apreciação). Essa pode ser “a raiz da rejeição” (aliás, esse é o nome de um livro excelente escrito por Joyce Meyer. Vale a pena ler e entender mais o tema). O resultado desse medo de ser rejeitado ou abandonado é uma inabilidade para colocar limites em comportamentos inaceitáveis. Entendeu?
É possível aprender a colocar limites. Comece aos poucos, mas comece. O amigo que quer saber quanto você ganha pode ouvir um “- O suficiente para viver bem”. Já sogra bisbilhoteira pode ouvir um firme aviso seguido de um abraço que direciona a pessoa para onde você quer: “- Sogrinha, vamos deixar as minhas gavetas de lado e conversar aqui na sala, hein?”.
19 Responses
Boa tarde. Estava procurando ajuda na internet para lidar com pessoas invasivas e todo o abuso emocional que elas fazem. Tenho muita dificuldade em lidar com isso. Não quero criar problema e evito conflitos a todo custo. Acho que sou boazinha demais e não coloco limites. Incrível como atraio esse tipo de relação abusiva.
Depois do abuso só consigo chorar.
Será que esse problema tem a ver com o medo de ser rejeitada?
Eu evito conflitos a todo custo e acabo sendo muito ferida pelos outros.
Querida Júlia, como estou na área comportamental há muitos anos observo que muitas vezes não colocar limites significa que temos medo de perder ou desagradar as pessoas. Na verdade quanto permitimos tudo estamos nos ferindo grandemente, não só por irmos contra a nossa vontade quanto por muitas vezes nos sentirmos vítimas da ingratidão alheia. Sugiro que leia o livro “A raiz da rejeição” de Joyce Meyer. Vai ser muito bom e libertador para você! Beijos
Adorei!!!
Lembro-me de um dia. . Era aniversário de meu filho mais velho.
Eu estava com um bebê recém-nascido.
Eu tinha organizado toda a festa de aniversário.Tudo.
Como era longe a comemoração, algumas pessoas da minha família pediram carona.
Foi aí que começou o conflito.
Eu não soube dizer não para eles, e meu esposo teria que fazer duas viagens.
Minha sogra foi a Primeira a ir conosco.
Ela reclamou da minha família e de mim por não gostar de dirigir em Br.
E induziu meu esposo a brigar comigo dentro do carro naquele trânsito das 18h.
Ela mal sabia que eu teria que estar no local as 19h em ponto pra receber os convidados e coordenar a menina que ia servir.
Enfim…
Eu disse a ela que parasse com aquela atitude e que ela não sabia de como foi o meu dia.
pedi que todos ficassem quietos, pois eu estava no limite.
Ela ficou muda.
Pois pela primeira vez me posicionei diante das invasões dela em 13 anos de casada.
Enfim.. foi libertador.
E no final de tudo meu esposo me pediu perdão e me parabenizou pela minha iniciativa
A atitude é tudo.
Espero ter ajudado alguém.
Beios!
Estou amando o blog.
Olá Lilian, que bom que está gostando do blog. Precisamos saber dizer não e nos posicionar ( com amor) para que as pessoas conheçam os limites. Muito bom seu exemplo.
Minha sogra é invasiva ao extremo, um exemplo é uma das vezes que ela estava em minha casa e sabia que eu não queria que ela ficasse fuçando nas minhas coisas (pois eu já tinha pedido educadamente), então ela me perguntou como fazer para usar minha máquina de lavar roupas pois assim ela poderia por as MINHAS roupas em dia enquanto eu estivesse trabalhando, eu respondi que não iria ensinar como usar pois não queria ela lavando minhas roupas… Não adiantou, cheguei do trabalho e ela tinha mexido em tudo, lavando minhas roupas e quebrando nosso combinado.
São 23 anos assim… Ela só tem piorado!!
Peça ajuda ao seu esposo. Ela é a mãe dele e ele pode saber como conversar com ela de um jeito mais efetivo.
e quando essa pessoa é minha mãe?
Coloque limites. Muitas vezes as mães demoram a entender que os filhos cresceram. Converse com ela sobre isso com amor.
Sinceramente eu fico muito desconfortada com gente invasiva, me vai subindo uma certa impaciência com a pessoa que é extremamente chata e que quer saber de tudo sobre sua vida. Acho que deve ser a cultura da maioria dos brasileiros, gente que quer saber demais, opinar demais …. , etc, vejo muito isso, principalmente em redes sociais, acho que se fosse possível a pessoa instalaria uma câmara para te vigiar dia e noite, tirando toda a privacidade de quem é vigiado. Gente isso é muito chato, o invasor quer saber de tudo , parece que você tem que dar satisfação de tudo. Aí quando colocamos limites e damos um chega pra lá , esse invasivos dão uns de coitadinho e vítimas. Chega a ser até falta de educação ou ética , ficar querendo saber demais da vida dos outros. Não se pode ter privacidade mais.
Só ficam sabendo se falamos ou expomos. Basta ser mais reservados que dá para viver e conviver melhor com os enxeridos…rs
Eu particularmente, não sei como lidar com pessoas que invadem meu espaço, estou treinando a minha paciência, por isso por favor me ajudem nessa etapa!
Espero que o texto tenha lhe ajudado um pouco.
Excelente critério de ajuda e alto estima, para quem se encontra com determinado problema, isso gera um melhor comportamento emocional, intelectual, e a mudança do estado entrissico para o estado extrissico pessoal de cada pessoa, mudando seu comportamento, passando a respeitar seu espaço e limite para cada coisa em seu tempo.
Olha esse exemplo. Eu to tentando entrar na faculdade, e pessoas que não fazem parte da minha vida, que eu nunca converso, vem me perguntar se eu já passei no vestibular, se to estudando… eu fico incomodado e me da vontade de dizer, \”porque você quer saber da minha vida?\” Mas ai eu fico pensando, e se eu passasse num vestibular eu teria algum problema com alguém perguntando? Acho que não. Não sei o que fazer com essas pessoas, mas as perguntas me icomodam bastante. O que vc acha?
Acho que o que lhe incomoda é a pressão, pois você já deve se cobrar muito. Pense sempre o bem e que as pessoas estão apenas curiosas. Para não esticar o assunto diga apenas que está na luta. Sem detalhes.
Minha paciência tem limite. Começo falando com educação e se a pessoa insiste ou traça novas artimanhas para conseguir o que quer, simplesmente SUMO! Não atendo telefone, não respondo ZAP nem Messenger. Como não sou barraqueira, falo firme sem gritar, isso pode parecer como uma porta entreaberta em que o folgado pensa que pode forçar. Dá muito trabalho discutir, educar, e essa não é minha função. Não sou mãe de marmanjo para bancar ou ter que educar. Pode crer: desprezo funciona! Essas pessoas ficam enlouquecidas querendo saber o que aconteceu,mas aí já é tarde. Elas que aprendam a lição para não perder novas amizades. Se uma pessoa só quer ter vínculo comigo porque precisa de alguma coisa, não é amizade, é interesse, e eu não sou banco de vantagens e benefícios.
O pior é quando a pessoa não te respeita, mas exige respeito…com desrespeito.
Estou passando por um problema semelhante com uma amiga, dei liberdade demais e agora esta díficil cortar, quer saber demais, se sai com alguém , pergunta e se não quero dizer sinalizando limite, insiste, nossa como isso é irritante, gente; não quero magoar a pessoa porque já fiz isso falando na cara da situação descontrolada dessa amizade, já pedi tempo e a pessoa termina escrevendo; \”Desculpa,não vou mais incomodar…sou só eu ou isso parece chantagem emocional. Amizade pra mim tem que ser libertadora, não aprisionante, tem que suportar distância e se dar bem qdo se encontra. Me dá um desconforto muito grande, me sinto regulado, intimado e de vítima passo pra culpado num jogo astuto de palavras.
Obs: Pseudônimo porque a pessoa pode ler e se encaixar na história..
Vá se afastando aos poucos. Algumas amizades são tóxicas e não nos fazem bem, só mal. Não há problema em se afastar.